30 de julho de 2011

meu filho cresceu...


Quando os filhos crescem
Por Dra. Vivian Schindler Behar

Não é fácil ser um bom apoio para o crescimento e amadurecimento dos filhos. Não sabemos nunca, antes, se eles já estão preparados para seus vôos, e sentimo-nos responsáveis pelo sucesso deles; ou, no mínimo, não queremos que eles se machuquem. E mais! O sucesso deles é nosso sucesso,  assim como sentimos como nossos os fracassos deles.
Mas o sucesso deles significa, muitas vezes, perda de função para nós. Eles já não precisam da gente. Como lidar ainda, com o fato de não podermos interferir, decidir, controlar? 
Os sentimentos são tão ambíguos como nossos comportamentos. Desde o dia em que as crianças começam a andar sozinhas e no início caem, não querem ajuda, choram, pedem colo e voltam a pedir para andar, ficamos divididas entre confiar na capacidade deles de caminharem e levar o carrinho por mais um tempo; com as mais variadas desculpas como é mais rápido, mais fácil e outras.
A ambigüidade de nossos sentimentos: confiança neles e medo do fracasso deles, facilita as brigas entre pais e filhos. Ao mesmo tempo em que nos orgulhamos de suas tentativas de solucionar seus problemas sozinhos, ficamos tristes e até com raiva de não sermos mais tão necessários e solicitados.
Já cumprimos, provavelmente, a tarefa de ensinar. Às vezes ainda podemos orientar quando solicitados. Mas é hora deles porem em prática o que aprenderam. Qualquer que seja a tarefa da época. Que bom! Ao mesmo tempo temos a sensação de inutilidade e solidão. Precisamos nos reestruturar, nos reinventar nesse novo contexto.
Não é fácil ser mãe de filho mais amadurecido, quando nos é dado o direito de ver de perto os movimentos dele, sem poder intervir, a não ser quando solicitado. O diálogo nesse momento parece ser crucial.
E lidar com nossa ambigüidade é uma grande questão.  Os filhos dão conta de ouvir e compreender nossos sentimentos e nossas dúvidas. Ficam confortáveis de saber que também temos conflitos.
Eles têm as mesmas dúvidas. Não sabem, assim como nós, qual é o tamanho deles. Às vezes eles são muito jovens para fazer ou decidir algo, às vezes os filhos já são grandes demais para outro comportamento qualquer.
A cada momento da vida em conjunto precisamos rever tanto a capacidade deles como nossa necessidade de ser importante na vida deles. Quanto mais velhos forem os filhos, mais delicada se torna essa tarefa. E mais fica necessário nos tornarmos independentes de nossos filhos, termos uma vida própria, da qual eles não façam parte, obrigatoriamente.


Filho, te amo, muito, muito, muito....
Prá mim, será sempre meu menino...


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