19 de agosto de 2010

...

Viver é difícil, conviver mais ainda... O tempo e o silêncio são muito sábios (e terapêuticos)...
Estar próximo quando se ama é bom, mas estar distante... Quando se ama, às vezes é necessário (talvez até fundamental) para que se tenha guardado no coração bons sentimentos... E possa se desprender de raivas ou rancores...
Meu post, hoje, é pra falar de amizade.
É, hoje senti uma dor no peito ao pensar nos meus amigos..
Porque dizem :”Amizade verdadeira é para sempre” (nem que seja o sentimento que fez com que ela existisse de verdade um dia!)

Eu valorizo muito os meus amigos e certamente estou sempre pronta a ouvi-los e recebê-los, mas tenho dificuldade de procurá-los (confesso!!). Muitas de minhas amigas se perderam no caminho, durante a longa jornada de nossas vidas, em que família, filhos, problemas pessoais, profissionais, financeiros, a própria distância... Enfim, acabaram por nos distanciar... Seguir seu próprio rumo.

Mas um amigo só entra na sua vida se você assim o permite... E não tem nada mais recíproco que isso.. é como um acordo tácito. Em algum momento de nossas vidas nos conhecemos, nos identificamos e “contratamos” esta amizade! Com ele, certamente passamos momentos importantes de nossas vidas juntos, compartilhamos sentimentos, rimos e choramos (com a mesma intensidade e profundidade...), nos divertimos um bocado, dividimos experiências, alegrias, vitórias, dores, dissabores, perdas, ganhos..., trocamos confissões, segredos...

Amigo é quem pode falar aquilo que não gostamos de ouvir... , dizem.. Ai, mas só um pouquinho... Dói! É, é verdade. Te joga a verdade “na cara”, te “chacoalha”, te “levanta”. (às vezes te derruba...) este é o amigo. Ta ali. Mesmo que de fato não esteja.
Se precisar, sabe que pode contar com ele.

Mas, o fato é que as diferenças às vezes existem. Temos afinidades, mas não somos iguais (ainda bem...) Conviver com elas e permitir que não atrapalhem a relação é que são elas... Arrisco até a dizer que para que a amizade seja duradoura e verdadeira, é fundamental o respeito ao espaço do outro, é imprescindível gostar do outro como ele é, aceitá-lo do seu jeito... É fazer um esforço permanente para compreender as diferenças, aceita-las (às vezes, até, porque não, tolera-las...) Ta, ta, ta... Bonito, mas nem sempre prático. Eu sei. Mas nunca é.

Amizade não pode ser “mensurada”, algo como o quanto você é meu amigo, ou você é muito meu amigo, pois está “sempre” me procurando, me ligando... Eu não estava aí quando você precisava, eu tava aqui! Alôô! Preciso saber...
Claro, é minha forma de pensar... Confesso: detesto ser cobrada... Pronto, confessei! È o que há de pior no meu ser. Não consigo lidar com esta minha dificuldade. É, o ser humano melhora com os anos. Perdoem os meus amigos. Não ta funcionando comigo... Acho até que to piorando.
É mais ou menos assim: quem me conhece sabe que travo uma árdua luta contra minha baixa auto-estima. Sou carente, deprimida, preciso ser amada como sou... Não sou tão ruim quanto pareço. Como cerveja e chimarrão, sabem? Ta bom, menos (um pouco menos)... Também tenho minhas fraquezas e defeitos.

Certa vez li (não lembro onde...), algo como “Amigos são as páginas de sua vida que você escreve.” Achei bárbaro! Pensei em algo como “mea culpa”, sabe..
Tenho ciência da minha parcela de responsabilidade em algumas situações, mas, definitivamente, me eximo de “assumir culpas” por ser mais ou menos “alguma coisa”...

Então, tudo isso é pra dizer... Sei lá...
Amo meus amigos. Desculpem se não sou o que gostariam...