22 de junho de 2011

amores...

dá prá não amar (os dois)?      

21 de junho de 2011

caixote de feira, pintadinho, com dois arranjos que fiz de flores artificiais.
As flores estão sempre ali, diante dos meus olhos.
Meus cães são indisciplinados, e eu amo eles assim mesmo! Faltou pulso firme, já me disseram.
Minhas flores morrem com o tempo - ganho flores de um dia, como diria o Gentil.
Não sei porque, mas meu “chima” é mais gostoso hoje, do que em outros tempos. Vai ver, a companhia...
Não sei porque, mas amo essas cicatrizes que carrego em cada parte do meu corpo.
Ainda quero ter um corpo manequim 38, mas só em sonhos. E por falar em sonhos, neles eu sempre canto afinado. Cool!
Gosto de ser atrapalhada, gosto de tropeçar na estrada e de me perder na cidade. Gosto, e daí? Esqueço os nomes com muita facilidade, mas não esqueço a fidelidade dos bons amigos e amigas.

Já trabalhei chorando de tristeza e puro pesar... Já sonhei partir de tantas formas... já tive que dizer adeus a amigos inesquecíveis!
Quero poder amar para sempre durante uma semana...
Quero tomar banho de chuva e andar descalço. Tomar sorvete imaginando um momento especial.
Na minha casa quero ter apenas o suficiente e necessário - não quero peso demais para carregar.
Meus amigos já sabem: quando morrer, não quero pedras, granitos, nem flores de plástico na minha sepultura: quero flores que duram um dia.
Não sou mais uma menina, sabemos disso, mas gosto de brincar.
Nenhuma foto faz jus à beleza da minha alma, então, é preciso chegar perto para me olhar...

este texto recebi de um amigo e não sei a autoria, mas achei muito bacana...

11 de junho de 2011



Zélia Mariah
" Eu nunca trocaria meus amigos queridos,  minha vida maravilhosa, minha  amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa.
Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos  crítica de mim mesmo.  Eu me tornei meu próprio amigo.
Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou  para a compra de algo bobo que eu não precisava, como uma escultura de  cimento, mas que parece tão “avant garde” no meu pátio.  Eu tenho  direito de ser desarrumada,  de ser extravagante.

Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de  compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.

Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar no computador até as quatro horas e dormir até meio-dia?  Eu dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 & 70, e se eu, ao mesmo tempo, tiver  o desejo de chorar por um amor perdido ...  Eu vou.

Vou andar na praia em um maiô excessivamente esticado sobre um corpo  decadente, e mergulhar nas ondas   com abandono,  se  eu quiser, apesar dos  olhares penalizados dos outros no jet set. Eles também vão envelhecer.

Eu sei que eu sou às vezes esquecida.  Mas há mais, alguns coisas na  vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes.

Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado.  Como não pode quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma  criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é  atropelado por um carro?  Mas corações partidos são os que nos dão  força, compreensão e compaixão.  Um coração que nunca sofreu é  imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.

Eu sou tão abençoada por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos  grisalhos, e ter os risos da juventude  gravados para sempre em sulcos  profundos em meu rosto. Muitos nunca riram, muitos morreram antes de  seus cabelos virarem prata.

Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo.  Você se preocupa  menos com o que os outros pensam.  Eu não me questiono mais. Eu ganhei o direito de estar errada.
Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser velha.  Ela me  libertou.  Eu gosto da pessoa que me tornei.  Eu não vou viver para
sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo  lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será.
E  eu vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer)."


8 de junho de 2011

Você é

Voce é 

Martha Medeiros

Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos à flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você á a sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.
            Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.
            Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.
            Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.
            Você é aquilo que reivindica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.
            Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.


 seguindo a linha de "reaproveitando tudo quanto é cacareco que se tem em casa"... rsss