19 de março de 2011

o medo

O MEDO

É, ele é capaz de consumir nossas vidas. Sem piedade, de uma forma avassaladora. Medo mesmo de olhar para nossos medos. Vivo este momento. Hoje de uma forma muito mais intensa. Não sou perfeita e conheço, confesso, boa parte dos meus defeitos. Mas temo conhecer a outra parte. Quem sabe, até, minhas qualidades. Será que descobrir que não sou assim tão imperfeita não seria bom? E eu faço o quê com estes conceitos que trouxe comigo durante uma vida toda? Conheço algumas qualidades também, por certo. Mas sempre acho que não sou capaz de mostrar para as pessoas que amo este meu lado bom...

E quando este medo nos impede de tomarmos algumas atitudes? Eu não seria hoje, talvez, alguém melhor se não tivesse tanto medo de enfrentar a vida? Teria uma profissão melhor? Ou a mesma, mas mais realizada? Teria um padrão financeiro melhor? Teria vivido experiências diferentes na minha vida? Seria mais feliz? Ou não? Mas o medo é para mim, paralisante... Nunca vou saber que outro rumo minha vida teria tomado se tivesse seguido este ou aquele caminho nas vezes em que o medo se apossou de mim...

Mas, estou decidida ( ou não, rss...) a libertar-me deste medo, a pensar e repensar as causas deste medo mas, sobretudo, descobrir do que tenho medo. De me perder? De me achar? De não ser mais feliz? Ou de ser mais feliz?? De realmente me conhecer e descobrir que não sou assim tão ruim...? De desmoronar ou de me tornar mais forte? De ser considerada dispensável...no emprego, no casamento, enfim... Do futuro, do presente ou dos meus fantasmas do passado... De perder o que me resta de sanidade? Ou de me descobrir lúcida... de me libertar... interiormente e intensamente livre... porque sei que somente em liberdade o medo desaparece. Mas mesmo assim tenho medo...

O medo desfigura nossa realidade, nos cega e nos impede de ver além das nossas limitações. É uma armadilha. O medo e a insegurança andam de mãos dadas... e trazem consigo efeitos devastadores sobre nossa personalidade... É certo que minha auto-estima foi ao longo dos anos, diminuindo de forma gradativa graças aos medos e inseguranças que trago comigo. Medo de não ser tão boa amiga, mulher, amante, mãe, profissional...me sabotando e impedindo a mim mesma de , talvez, mostrar o que de melhor eu tinha... assim, acabei por me tornar “mais ou menos” TUDO... tenho a convicção de não ser completa em nada do que faço...

É sabido que pessoas inseguras e com medo de encarar a vida de frente, acabam por assumir comportamentos compensatórios. Comportamentos autoritários, auto-crítica exacerbada, atitudes compulsivas, desejo de controle de tudo que nos cerca... O caminho mais firme das coisas mais fáceis... É sofrido, às vezes, mas muito mais confortável !

É, este talvez seja um momento reflexivo, de constatação verdadeira, de pedido de ajuda. De mudança de padrão. Penso que não dá para retroceder... porque quero ser livre, ser capaz de guiar minha própria vida, de viver e expressar os meus sentimentos como eles são, verdadeiramente... sem máscaras... deixar que o passado se vá... viver o presente sem culpa... aguardar o futuro aberta... e feliz...e em paz...