16 de agosto de 2011

AMOR E PERSEGUIÇÃO - Martha Medeiros

     "As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas" Norman Mailer. Copiem. Decorem. Aprendam.
     Temos a mania de achar que amor é algo que se busca.  Buscamos o amor nos  bares, buscamos o amor na internet, buscamos o amor na parada de ônibus. Como num jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das boates, nas salas de aula, nas platéias dos teatros. Ele certamente está por ali, você quase pode sentir seu cheiro, precisa apenas descobri-lo  e agarrá-lo o mais rápido possível, pois só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade.
     Amor não é medicamento. Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproximará, e, caso o faça, vai frustrar sua expectativa, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza, ele não suporta a idéia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima.Você já ouviu muitas vezes alguém dizer:"Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar,  o amor apareceu". Claro, o amor não é bobo, quer  ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem a si mesmas.
     "As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas, quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido seus problemas" Norman Mailer. Divulguem. Repitam. Convençam-se.
     O amor, ao contrário do que se pensa, não tem que vir antes de tudo: antes de estabilizar a carreira profissional, antes de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir do seu surgimento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando, na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir diante de você sem máscara e sem fantasia. É esta a condição. É pegar ou largar.
     Para quem acha que isso é chantagem, arrisco sair em defesa  do amor: ser feliz é uma exigência razoável e não é tarefa tão complicada. Felizes são aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem. Felicidade é serenidade. Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados. O amor é o prêmio para quem relaxa.

                                                                                     julho/2001